sábado, 26 de novembro de 2011

72 horas in Clown - Dia 1 - em tempo real no tempo virtual

via facebook
72 hs in clown - reação de avó "o que é esse nariz? por causa da poeria da obra?" - e seguiu sem nenhuma mudança aparente. - 14:25 - 24/11/2011
72 hs in clown - "vi de longe, achei que o seu nariz estava inchado. protestando contra o quê? a obra?!" - Dinha, trabalha aqui na casa

· · · quinta às 14:27 via yoono
maiores detalhes, olha no meu perfil do facebook:  https://www.facebook.com/pivomaia (não descobri como postar links para os posts diretos.

anotações ao longo do dia - 24/11


- Questões de avó: “Olha Pedro, qualquer coisa você sabe que tem aquele outro nariz não é? Ele tá limpinho.”

17:56 – primeira reação direta de crianças - “Olha lá o palhaço!” Diz o irmão para a irmã menor. Ela fica olhando fascinada.

18:54 – Menina bonita na plateia do espetáculo sendo assistido na UNIRIO: “Amei o nariz!” , e faz sinal de “fofinho”.

19:58 – primeiro questionamento sobre o porque do nariz. Não respondo exatamente por estar no meio da aula, faço um sinal vago qualquer e ela dá um sorriso. Reparo outro sorriso em um colega meio de longe.

20:34 – outra colega pergunta. Eu explico a performance e ela pergunta se é algum protesto. Segunda pessoa que faz essa interpretação. “Oprimido e opressor” diz ela. Eu digo que não, só um nariz em um Pedro. Ela diz, só o estar aqui e agora né? Penso que deveria chamar ela pra fazer o aporte teórico da performance.

22:53 – criança pergunta: “Você é palhaço?”. Fico sem resposta. Não é o objetivo ser palhaço enquanto estou com o nariz, mas apenas seguir minha rotina normal com um nariz de palhaço. Digo que sou mas estou de folga. É desastroso pois ela fica meio decepcionada. Qual a melhor resposta?

23:00 – No ônibus 3 crianças sentam-se ao meu lado e fazem a mesma pergunta. Decido entrar no jogo e brinco com elas. Uma delas diz “mas sério, esse nariz não é seu né? Tira ele?” no que eu respondo: “se você tirar o seu primeiro eu tiro o meu.”

00:30 – chego em um bar para um aniversário de amigo, questionamentos e por alguns minutos ainda riem olhando pra minha cara. Um deles (o aniversariante) aperta o meu nariz pela primeira vez no dia. Ao final há uma conversa sobre o porque do nariz. O fato de estar na UNIRIO justifica tudo. Eles já imaginavam.

00:48 – Um grupo saindo de um bar, provavelmente trabalhavam olha pra mim e fica impressionado. “É real?”, diz uma menina. Outro chega mais próximo e percebe que é falso. Pela primeira vez percebo que o nariz pode ser associado também a um defeito físico real pelos outros.

01:12 – Central do Brasil voltando pra casa, dois homens catadores de papel. Um deles grita “Ô palhaço!”, eu respondo minha resposta clássica clichê “Quem tem cara de palhaço aqui?”, ele responde algo como “O meu patrão!”, no que o outro companheiro prontamente fala um pouco mais baixo pra ele “Pô o cara tem um defeito no nariz.”

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