terça-feira, 15 de junho de 2010

Da estréia na Copa do Mundo ou Da voz onipresente

É impressionante. O que percebi hoje não deve ser novidade pra muita gente, mas é incrível a força do futebol da copa do mundo no Brasil.
Foi a primeira vez que passei um jogo da copa na rua, em um boteco. Naturalmente cheguei atrasado após uma aula (porque sim, eu tive aula) e estava na rua durante o começo do jogo.
Podia ouvir uma voz de uma multidão de não sei aonde quando ouvi o jogo e depois ouvi um urro sobrenatural, uma voz onipresente de todos os lados no primeiro lance de perigo da seleção. Isso só no caminho até o bar onde encontraria as pessoas com as quais eu assistiria o jogo. Gostaria de estar no meio da rua na hora do primeiro gol pra sentir e entender essa multidão toda gritando e comemorando ao mesmo tempo. Um país inteiro fazendo a mesma coisa, é impressionante. Só tive essa sensação no ano novo, quando por pelo menos um segundo, todo mundo pensa e deseja a mesma coisa. Copa do mundo e o futebol me dizem que a mesma coisa acontece.

Aliás, quanto ao jogo, bem meia boca.

Ontem mesmo, tirei uma foto de um bar cheio, lotado, com pessoas no meio da rua em pleno meio dia e meio no centro da cidade assistindo Suíça e Camarões (ou algo do tipo, depois eu confirmo o jogo porque sinceramente eu não lembro).

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Ouvindo a voz do Brasil (monopólio das 19 hs) descubro que o consumo de energia durante os jogos do Brasil diminui muito pois os grandes consumidores e empresas não funcionam neste horário. E o consumo aumenta bruscamente durante o intervalo e o final, pois é o horário que as pessoas vão até a geladeira, ligam o microondas, põem a cerveja pra gelar.
Das coisas que eu nunca pensaria.

Da resignificação do espaço ou Não era do elevador não

Da contra-mão ou não ou Do caminho para os sonhos segundo ela

Do vídeo da poesia ou Da pausa

Da apresentação do caderno ou Da solidão da lata n'ATTs da vida



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Eu tenho dificuldades em me expor, logo, fiz um blog. Ninguém vai ler mesmo né.
Foram trabalhos muito interessantes de entrega de caderno, fiquei realmente emocionado. Gostaria de falar alguma coisa, dizer, dançar ou gritar mas fiquei calado babando, coo faço habitualmente com tudo. Vai ver por isso eu sou ator. Porque tem algum lugar no mundo que eu não preciso pensar duas vezes pra me mostrar. Esse lugar está em mim mesmo, só preciso visitá-lo um pouco mais além dos palcos.

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Performance em uma escola de artes. Acho que perde potência. É uma relação complicada. Hoje mesmo eu cheguei no meu andar pra fazer aula e preparar a minha intervenção espacial (que não teve lá grande potência, aliás. Mas vou pensar em algo melhor) e no final do corredor havia uma menina nua na porta de outra sala. Eu olhei e pensei "Ah, é uma performance de alguma aula" e segui a minha vida. Depois havia uma menina com um boneco inflável e um vibrador enorme embutido e eu pensei a mesma coisa. É algo a ser pensado. Ou pelo menos me fez pensar. Como potencializar a obra de arte em um lugar acostumado com a contestação?
É óbvio que é um lugar seguro pra exercício. Mas me fez pensar. Talvez em como trabalhar com o invisível individual.

Ao mesmo tempo, li minha poesia para alguém e toquei a pessoa. O trabalho do lírico, no mesmo lugar mas na esfera individual. Me emocionei também com a reação. Fiquei feliz em tocar alguém assim. Se alguém consegue tocar um outro pelo menos algumas vezes na vida, então o trabalho de viver e andar sem mudar de sapatos por aí vai ter valido a pena.