segunda-feira, 9 de maio de 2011

Do ato ou D'atuar

Ela tinha uma torta de abacaxi nas mãos e mil antenas na cabeça.
A cada pedaço que destroçava no sofá da sala, projetava suas frustrações e mensagens não respondidas. As frases e ligações da madrugada que não pôde fazer e as culpas por sentir culpa por sentir culpa por querer gritar aquele nome.
Se a torta fosse mais azeda, ajudaria no auto flagelo e teria raiva de si mesma naquele momento. Mas sendo doce, só sentia pena de si mesma pelo sofá e o fantástico na Tv. E por se sentir gorda.
Pesava 54 quilos.
1,61 m.

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Ela estava sentada no parapeito da janela. Olhava o helicóptero passando por trás dos prédios enquanto ele saia do prédio, passando exatamente em baixo dela pelo portão da portaria. Ele não olhou pra cima e nem imaginou que ela estaria na janela. Ela ficou aliviada por não ter que dar um adeus. Preferia olhar o helicóptero e tentar descobrir de onde vinha e quem eram aquelas pessoas. Foi tomar um suco de laranja, ligou o computador e foi brincar de ninja tentando descobrir segredos públicos no facebook da pessoa de sempre. Ela olhava aquela página todos os dias desde algum dia que ela nem lembra mais.

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Escovou os dentes depois de deixar o prato jogado na pia sem lavar e foi dormir. Se encostou no travesseiro e lembrou, e gozou.

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